quarta-feira, 29 de julho de 2009


“Minha bagagem é meu corpo. Há um compartimento, fechado, do qual sirvo-me. É onde guardo o meu olhar, meus olhos fechados, minha vida embrulhada, meus pensamentos devidamente empacotados em embalagens sortidas. Nos olhos fechados das fotografias conheço o meu próprio sorriso tímido. E, num zíper, tenho-me. Alfabetizo-me. Vivo-me. Desmascaro-me. E volto a me mascarar. A vida, vejo por dentro, não cabe aqui: alguma coisa vai ter que ficar de fora. Mas é difícil escolher. Me arrisco fora de mim.”

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